terça-feira, 12 de junho de 2007

História da Igreja – Parte 2

A PLENITUDE DO TEMPO
(texto extraído e adaptado da obra de Justo L. Gonzales, Uma História Ilustrada do Cristianismo)
Os primeiros cristãos não criam que o tempo e o lugar do nascimento de Jesus fosse algo ao acaso. Pelo contrário, aqueles cristãos viam a mão de Deus, pre¬parando o advento de Jesus em todos os acontecimentos ante¬riores ao Natal, e em todas as circunstâncias históricas que o rodearam.
O mesmo pode ser dito com relação ao nascimento da igreja, que é o resultado da obra de Jesus. Deus havia preparado o caminho para que os discípulos, uma vez recebido o poder do Espírito Santo, pudessem ser testemunhas de Cristo "em Jerusalém, em toda Judéia e Samaria, e até aos confins da terra" (At 1:8).
Portanto, a igreja cristã nunca foi uma comunidade desprovida de todo contato com o mundo exterior. Os primeiros cristãos eram judeus do século primeiro, e foi como judeus do século 1 que escutaram e receberam o evangelho.
Depois, a nova fé foi se propagando, tanto entre os judeus que viviam fora da Palestina como entre os gentios que viviam no Império Romano e também fora dele.
Em consequência, a fim de compreender a história da igreja em seus primeiros séculos, devemos primeiro dar uma olhada neste mundo em que a igreja se desenvolveu.
1. O judaísmo na Palestina
Palestina, a região onde o cristianismo deu os seus primei¬ros passos, foi sempre uma terra sofrida. Em tempos antigos, isso se deveu principalmente a sua posição geográfica, que a colocava na encruzilhada das grandes rotas comerciais que uni¬am o Egito à Mesopotâmia, e a Arábia com a Ásia Menor.
E, através de toda a história do Velho Testamento, esta estreita fai¬xa de terra se viu cobiçada e invadida, algumas vezes pelo Egito, outras vezes pelos grandes impérios que surgiram na região da Mesopotâmia e da Pérsia (Iraque).
(ilustração) > O Iraque
1. O jardim do Éden era no Iraque.
2. Mesopotâmia, onde agora é o Iraque, foi o berço da civilização.
3. Noé construiu a Arca no Iraque.
4. A torre de Babel ficava no Iraque.
5. Abraão era de Ur, que ficava no sul do Iraque.
6. A esposa de Isaac, Rebeca, era de Nahor, que ficava no Iraque.
7. Jacó encontrou-se com Raquel no Iraque.
8. Jonas rezou em Nínive, que ficava no Iraque.
9. Assíria, que ficava no Iraque, conquistou as dez tribos de Israel.
10. Babilônia, que ficava no Iraque, destruiu Jerusalém.
11. Daniel esteve na cova dos leões. Onde? No Iraque!
12. Baltazar, rei de Babilônia, viu a "escrita na parede" no Iraque.
13. Nabucodonosor, rei da Babilônia, carregou os judeus prisioneiros através do Iraque.
14. Ezequiel fez suas orações no Iraque.
15. Os Reis Magos eram do Iraque.
16. Pedro também fez orações no Iraque.
17. O "império do homem", descrito em Apocalipse era a chamada Babilônia, uma cidade do Iraque.
E vocês, provavelmente, não sabem esta:
Israel é a terra mais mencionada na Bíblia. Mas vocês sabem qual é a segunda?
Isso mesmo! IRAQUE, que, na Bíblia, corresponde a nomes como Babilônia, terra de Shinar (ou Sinear), Mesopotâmia.
A palavra Mesopotâmia significa "entre dois rios", mais exatamente entre os Rios Tigre e Eufrates. O nome Iraque significa "País com Raízes Profundas". Certamente o Iraque é um país com raízes profundas e de enorme importância na Bíblia. Exceto Israel, nenhuma outra nação tem mais história e profecias associadas a ela do que o Iraque.
Agora, uma informação no mínimo curiosa: Sabendo que a América é representada por uma águia, como será que o Bin Laden interpretou o seguinte trecho do Corão:
" aquele descrito como o filho da Arábia será acuado por uma águia amedrontadora. As garras da águia serão sentidas por todas as Terras de Alá e Lot, quando alguns dos povos tremerão no desespero e no júbilo. Quando as garras da águia limparem as terras de Alá, haverá Paz. " Corão 9:11.
Prestou atenção no número do verso do Corão? > 9:11 (setembro,11). Não é interessante?

Mas, vamos voltar ao nosso estudo >
No século IV a.C., com Alexandre e suas hostes macedônicas, um novo contendente entrou na arena. Ao derrotar os persas, Alexandre se fez dono da Palestina. Alexan¬dre morreu no ano 323 a.C., e seguiram então longos anos de instabilidade política.
A dinastia dos Ptolomeus, fundada por um dos generais de Alexandre, se apoderou do Egito, enquanto que os Selêucidas, de mesma origem, se fizeram donos da Síria. De novo a Palestina se tornou a maçã da discórdia nas lutas entre os Ptolomeus e os Selêucidas.
As conquistas de Alexandre tiveram uma base ideológica. O propósito de Alexandre não era simplesmente conquistar o mundo, mas unir toda a humanidade sob uma mesma civili¬zação de tonalidade marcadamente grega. O resultado disso foi o helenismo, que tendia a combinar elementos puramente gre¬gos com outros tomados das diversas civilizações conquistadas.
Ainda que o caráter preciso do helenismo tenha variado de re¬gião para região, em termos gerais foi a bacia oriental do Mediter¬râneo que lhe deu uma unidade que serviu primeiro à expansão do Império Romano e depois à pregação do evangelho.
Mas, para os judeus, o helenismo não era uma bênção. Uma vez que parte da ideologia helenista consistia em equiparar e con¬fundir os deuses de diversos povos, os judeus viam no helenismo uma séria ameaça à fé no Deus único de Israel.
Por isso, a his¬tória da Palestina, desde a conquista de Alexandre até a destrui¬ção de Jerusalém, no ano de 70 d.C., pode ser vista como um con¬flito constante entre as pressões do helenismo de um lado, e, por outro lado, a fidelidade dos judeus a Deus e a suas tradições.
O ponto culminante dessa luta foi a rebelião dos Maca¬beus. Primeiro, o sacerdote Matatias e, depois, seus três filhos Jônatan, Judas e Simeão, se rebelaram contra o helenismo dos Selêucidas, que pretendia impor deuses pagãos aos ju¬deus.
O movimento teve algum êxito. Mas João Hircano, o filho de Simeão Macabeu, neto de Matatias, já começou a se amoldar aos costumes dos povos circunvizinhos e a favorecer as tendências helenistas.
Quando alguns dos judeus mais restritos se opuseram a essa política, começou a perseguição. Por fim, no ano de 63 a.C. o romano Pompeu conquistou o país e depôs o último dos Macabeus, Aristóbulo II.

Um comentário:

Éder disse...

REV.MO pASTOR Pedro Corrêa Cabral, até onde me ocnsta, como professor de História Geral e história da Igreja (Católica), é de consenso considerar que a Antiga Pérsia correspondia ao atual território do Irã (e não Iraque, como V. Rev.ma menciona em seu artigo). O atual Iraque corresponde, na verdade, à Antiga Mesopotâmia ("região entre rios"), ou seja, a região entre os rios Tigre e Eufrates. Também deve-se levar em conta o gênero literário de Gn 1 - 11, que é diferente a 12 - 50. Qualquer estudioso de exegese bíblica jamais pegaria certas informações ao pé da letra para localizar geograficamente o jardim do Éden.Gn 1 - 11 é um midrash didático, enquanto as narrativas de Gn 12 -50 são sagas (histórias antigas), com finalidade mais didática para a fé do que histórica.É isso.